UNIP – UNIVERSIDADE PAULISTA
LUCÉLIA
DA SILVA COELHO – RA B 70ICJ6
ANÁLISE
COMPARATIVA
São Paulo
2015
ANÁLISE COMPARATIVA DAS OBRAS MÉMORIAS
DE UM SARGENTO DE MILICIAS (MANUEL ANTONIO DE ALMEIDA) E MEMÓRIAS PÓSTUMAS DE
BRÁS CUBAS (MACHADO DE ASSIS).
Trabalho entregue à professora Sueli de Britto Salles, da
disciplina de Literatura Brasileira Prosa, do curso de Letras, turma LL6P06 -
Noturno
Análise
comparativa da obra Memórias de Um
Sargento de Milícias (Manuel Antonio de Almeida - 1854) e Memórias Póstumas de Brás Cubas (Machado de Assis - 1881) Realismo.
Na
obra Memórias de um Sargento de Milícias, narrada em 3ª pessoa, o narrador
conta apenas a história sem mostrar sentimentos ou crises das personagens e ele
dialoga com o leitor com uma certa intimidade, como em um bate papo informal. “Era
no tempo do rei” o narrador já focaliza o tempo e o espaço, já dá para saber em
que lugar e época acontece a história, não no tempo do livro, 1854, e sim há
aproximadamente 30 anos, e ele começa falando de uma categoria social “Os
meirinhos”, não aparece nenhum personagem, ele começa descrevendo o cenário,
dizendo que os meirinhos eram pessoas de grande importância. Dentro dessa
categoria valorizada ele joga uma personagem que destoa radicalmente, Leonardo
Pataca, a figura de um palhaço, ridicularizado, é usado em oposição extrema,
estratégia usada para criar humor, usando como recursos a linguagem exagerada:
“Chamavam-se assim a uma rotunda e gordíssima personagem de cabelos brancos e
carão avermelhado”, a relação com a personagem é de desrespeito, não há
consideração alguma, apenas o deboche. O narrador critica a sociedade de duas
épocas a do tempo do rei e a de agora, ele faz comparações. O humor não é sutil
como em Machado de Assis, o humor é aberto, fácil de rir, claro usado para
criticar a sociedade. Já em Memórias
Póstumas de Brás Cubas (1881), Machado de Assis faz uma crítica ao
Romantismo, ao sentimentalismo, usando um defunto para escrever. O foco narrativo
é em 1ª pessoa, o narrador dialoga, interfere, o tempo todo com leitor mas com distância, desprezo, com um
certo ar de arrogância: “A obra em si mesmo é tudo: se te agradar, fino leitor,
pago-me da tarefa, se te não agradar, pago-te com um piparote, e adeus”. Ele
conta a vida do indivíduo, conta seu sucesso e sua derrota com muita
arrogância. A relação que o narrador tem com a personagem principal, que é ele
mesmo, Brás Cubas, é de fracasso, ao
narrar ele critica a si mesmo: “Que esse livro não tenha.....”ao mesmo tempo
que ele fala do seu enterro que foi estiloso ele conta que só foram 11 amigos
no cemitério e isso gera humor porque ninguém gostava dele. E logo no início de
sua narração ele usa uma figura de gradação, estratégia usada para causar
humor: “Que Stendhal confessasse haver escrito um de seus livros para cem
leitores, coisa é que admira
e consterna. O que não admira, nem provavelmente consternará, é se outro livro não
tiver os cem leitores de Stendhal, nem cinqüenta, nem vinte,e quando muito
dez., Dez? Talvez cinco.”
Considerações
Finais
Duas obras, dois estilos diferentes, a obra Memórias
de um Sargento de Milícias, do Romantismo mostra que os românticos também sabem
criar humor “Filho de uma pisadela com um beliscão” e não aquela forma tradicional de
sentimentalismo e idealização da mulher, já na obra de Machado de Assis, o
talento inovador de criação como colocar um defunto para escrever, idéia
magnífica, pois se algum leitor não gostasse da obra não tinha problema, pois
ninguém iria reclamar com defunto, uma obra bem descritiva mostrando o cenário
da realidade, como era a sociedade da época, casamentos arranjados, corrupção,
enfim a literatura é isso, é uma retratação do mundo, uma verossimilhança.
Referências:
Disponível em: guiadoestudante.abril.com.br › Home › Estudar Acessado em
setembro de 2015
Disponível em: www.infoescola.com.br;
acessado em setembro de 2015