terça-feira, 8 de abril de 2014

POESIA PORTUGUÊSA

UNIP - UNIVERSIDADE PAULISTA
LETRAS LICENCIATURA – PORTUGUÊS-INGLÊS
TURMA LL3P02
DISCIPLINA: POESIA PORTUGUÊSA
PROFº CLAUDIO DANIEL

ANALENE M. PEREIRA – RA: B9375A-2
JENNIFER SANTOS SILVA – RA: B91ACJ-0
LUCÉLIA DA SILVA COELHO – RA: B70ICJ-6
RYO SEGAWA – RA: 609149-0


                             
 PALAVRA CHAVE:  POESIA E MÚSICA

Resumo: Este trabalho pretende explorar de que forma unem-se a música e a poesia mesmo tendo suas diferenças, suas peculiaridades. Os campos de poesia e da música se confundem desde a poesia grega até hoje. Augusto de Campos declarou "depois que Pound morreu o maior poeta vivo americano é músico; John Cage, talvez porque não pretenda ser poeta" (CAMPOS, 1982, p.9).  Ezra Pound: "A poesia parece estar mais do lado da música, artes plásticas e visuais do que da literatura". Paulo Prado declara que a literatura e a filosofia são os maiores inimigos da poesia.                                                                                                              



APRESENTAÇÃO
 O que é literatura? Podemos encontrar várias definições, uma primeira definição, século XVIII (Iluminismo) – Literatura Clássica, usando a mimesis, seria um reflexo do mundo real, representação da realidade, instrui deleitando; Uma segunda definição, século XIX – (Romantismo): liberta o indivíduo de todas as amarras políticas e religiosas; uma terceira definição século XX – (Modernismo): mundo da palavra para o mundo do pensamento, ela corrige os defeitos da linguagem. Ainda há o Terceiro Olho: transcendência do mundo físico, real para espiritual (olho da imaginação) eles viam e escreviam, enfim, narrativas da imaginação.” Descartes” – “Penso logo existo – A Arte pela Arte mesma”. A literatura pós-moderno, pós colonialismo serve para entender melhor o próximo como a nós mesmos para nos aproximar uns dos outros usando as narrativas orais e escritas e outras, descobrindo as culturas.

DESENVOLVIMENTO
Poesia é a arte de compor escritos artísticos em prosa ou em verso, uma das 7 artes tradicionais, é  linguagem humana  sendo usada com fins estéticos, é um gênero lírico.
 Os gêneros literários são lírico, épico e dramático. O lírico, a poesia em 1ª pessoa, o épico, histórias de heróis narrados em 3ª pessoa e o dramático, a ação o teatro. Os gêneros são dinâmicos mudam de acordo com as épocas e contingentes fixam em determinados momentos.
O lirismo se encontra onde se encontram uma expressão particular criado pelas relações de acorde ou dissonância entre som, sentido, ritmo e imagens. Poemas curtos, música, flauta ou lira, expressão de sentimentos individualizados, forte relação entre sujeito e objeto, cantigas de amor e poesia lírica, é o modo como a linguagem do poema organiza os elementos sonoros. Poesia é uma linguagem bem elaborada. Linguagem, construção e estética definem a poesia. Todas as modalidades literárias são influenciadas  pelos personagens, pelo espaço e pelo tempo. Música é uma forma de arte que combinam sons e ritmo seguindo uma pré-organização ao longo do tempo, prática cultural e humana. A relação entre poesia e música sempre foi muita íntima.
Na Grécia Antiga, a composição poética feita para ser cantada ou por uma voz ou coro era chamado de lírica porque era acompanhada por uma lira. As definições de lirismo, sentimentos que expressam pensamentos íntimos e narrativas uma história se misturam por exemplo em Grande Sertão: Veredas ou a poesia narrativa de Morte e Vida Severina de João Cabral de Melo Neto. Muitos cantores conseguem impor lirismo às letras de suas canções, por isso que é difícil de aceitar que a letra de uma canção lírica com métrica, ritmo e harmonia em sua composição não possa ser aceita como um poema. Há também os argumentos de que a função poética da língua funciona bem em letras de canção, mas não as transforma em poemas. Nesse argumento está subentendido que a letra da canção ainda deve ser transformada em poesia. O termo poêsis é um substantivo (grego) derivado do verbo poieó, produzir, poesia vem de produzir, o poema é o resultado dessa produção. Poemas musicados existiam na Grécia, os trovadores medievais mantiveram essa tradição e os compositores atuais seguem essa tendência sem prejudicar a noção de poesia ou poema. No documento Palavra (em) cantada (2009) de Helena Solberg, o compositor escritor Chico Buarque de Holanda afirma que não faz questão de ser chamado de poeta, nem sabe dizer se suas letras são ou não poemas. Ao declamar alguma de suas letras acaba por cantá-las, a repetição de palavras no final das estrofes acontece por uma questão musical para que coubesse na melodia. Seria essa a diferença entre canção, letra ou poema? Se em certo momento o poema cabe em uma música e vira letra de canção, ele não perde sua classificação de poema. As duas formas podem ser literárias carregadas de lirismo e intenção poética.  A literariedade  (produção de um texto) que pode ser encontrada em discos de Gilberto Gil, Caetano Veloso, Chico Buarque, José Miguel Wisnik e outros.
Poema é uma obra em verso com características poética, um objeto literário com existência material e transcendente. José Miguel Soares Wisnik músico, compositor e ensaísta brasileiro, graduado em Letras (português) pela USP, doutor em Teoria Literária e Literatura Comparada, com ênfase no modernismo atua principalmente nos seguintes temas: Heitor Villa-Lobos, Modernismo Brasileiro, Semana de Arte Moderna, Música e Literatura e Música – história da língua.
A poesia contemporânea pula para fora da página. A nova corrente literária que explora a plataforma da web não apenas em termos de divulgação mas também no que se refere a criação diz o professor Jorge Luiz Antonio no seu livro (Poesia Digital) teoria, história e antologia, que alguns fazem apresentações em público na mesma linha dos dadaístas do Cabaret Volteire, uns fazem poesia cíbrida (contração de híbrido e cibernético) com uso de arte, design e tecnologia. O importante é que todos tocam no aspecto poético.
A poesia portuguesa tem raízes rancadas, ainda antes da afirmação da nacionalidade e esteve sempre presente durante toda a história literária e cultural de Portugal, tendo representados os diversos movimentos artísticos, filosóficos, mas também revolucionários. Poesia Árabe entre os árabes que povoavam territórios que viriam a ser de Portugal encontramos poetas de grande valor como AlMutamid (Rei do Taifa de Servilla) Ibn Bassam (Santarém). Poesia da Idade Média (galaico-portuguesa) a mais antiga é de (1189) destaca-se Paio Soares de Taveiros "No mundo non me sei Parella mentre me for, come me vay, ca ja moiro por vós" Cantigas de amigo, cantigas de amor, cantigas de sátira e mal dizer, poetas do Renascimento (Luiz de Camões), Barroco e poesia Arcaica (Bocage) e Romantismo. Século XX (Fernando Pessoa). 
A Canção popular de novos dias caracteriza-se pela imersão popular, na mistura das múltiplas linguagens. A obra cancionista de chico Buarque de Holanda é um exemplo desse contexto.

 A música na pré história: A arte rupreste encontrada em cavernas dá uma idéia de que  as figuras pareciam estar dançando, cantando, tocando instrumentos.


  


                                                           
CONCLUSÃO:
O som é o fator fundamental para a composição de um poema, ritmo, cadência dos versos, musicalidade das palavras. Poesia sempre soa como música, mesmo quando não tem acompanhamento instrumental. É só ver a trajetória de Vinicius de Moraes que articulava muito bem essas duas modalidades Além de poetas que fazem música e muitos músicos que fazem poesias, está relação está explicita nas reêleituras musicais de textos da tradição poética. Renato Russo tinha um grande talento para tal, como fez no soneto "Amor é fogo que arde sem se ver" (de Camões) o maior poeta da Língua Portuguesa.
São muitas as posições entre poesia e música. Há um equilíbrio natural entre essas duas artes.
“A poesia é a música da alma, sobretudo de almas grandes e sentimentais” (Voltaire).
“Adoro veicular a poesia através da música, fazer a poesia tocar no rádio” (Adriana Calcanhoto).
“A poesia é a emoção expressa em ritmo através do pensamento, como a música é essa mesma expressão, mas directa sem o intermédio da ideia (Fernando Pessoa).


BIBLIOGRÀFIA:
www.literatura pública
Literatura para que? Compagnon, Antoine
Monteiro, Clóvis. Esboços de história literária
Blog.Elite Musical

                                                              
                                           


ANÁLISE DO DISCURSO

 UNIP - UNIVERSIDADE PAULISTA
LETRAS LICENCIATURA – PORTUGUÊS-INGLÊS - NOTURNO
PROFª JOANA ORMUNDO
                                                                                                                                      

JENNIFER SANTOS SILVA - RA: B91ACJ-0
LUCÉLIA DA SILVA COELHO - RA B70ICJ-6
RYO SEGAWA – RA 609149-0


                                           ANÁLISE DO DISCURSO
                             “A PORTA ENTRE O REAL E O IRREAL”

   
Tema: Plebiscito é golpe


APRESENTAÇÃO
Segundo Brandão, Helena (2004), a Análise do Discurso surge nos anos 60 pelos formalistas russos em duas vertentes: a Americana que entende a teoria como  extensão
da linguística e a Européia, entende a teoria como o estudo lingüístico das condições de produção de um enunciado. A perspectiva da AD é a forma como a língua age e se constitui no mundo e não só um meio de nomear as coisas. A linguagem não é um código que se aprende e aplica automaticamente. Não pode ser considerada um processo sem possibilidades e sim uma prática discursiva que deve ser estudada dentro do contexto sócio-histórico-ideológico a que está inserida.  A AD pode ser aplicada em qualquer tipo de texto, tanto no plano de expressão, figurativo ou no plano do conteúdo, plano abstrato (actantes), e dentro dessa perspectiva o objetivo deste trabalho é usar os critérios teóricos e analíticos da AD para analisar o corpus pertencente ao domínio discursivo político do tipo discurso político  do gênero revista Veja Ed. 2328, ano 46 nº 27 de 03/07/2013 com o tema “Plebiscito é Golpe”.

CONTEXTUALIZAÇÃO
De acordo com Orlandi (2007ª) as condições de produção de um discurso abranje o sujeito e a situação dentro de um contexto sócio-histórico-ideológico e de uma memória discursiva. Esse contexto pode ser o imediato como um contexto mais amplo (especificamente o contexto sócio-histórico-ideológico). Segundo Bakhtin as formações ideológicas não são um pacote pronto como ressaltam os marxistas e sim uma instância dialética, ela constrói o conceito na concretude do acontecimento, e são elas que mostram quem é o sujeito, de onde fala, em que tempo ele está inserido. É no discurso emoldurado pelas formações discursivas que se materializam as formações ideológicas e por conseguinte a identidade do sujeito-jornalista e suas diferentes posições.
Os discursos jornalísticos não surgem do nada e nem do que fazem, somente pelo fato ou fenômeno social, este é um estímulo para a criação do dizer ou do silêncio pré construído na história, na memória social e em um determinado lugar e tempo. Ele é proferido dentro de formações sociais específicas que perseguem, cercam o dizer explicitando as formações ideológicas do sujeito jornalista.
Quando o leitor abre um jornal ou revista eles buscam informações que o tornem um ser cultural, não sabem o que tem detrás de uma palavra, de uma vírgula, não sabem que o que lêem tem outros significados complementares. O jornalismo é uma reinvenção das coisas do mundo, uma ressignificação ( o real representado pelo irreal), a ideologia da classe dominante segundo Marx. Desde que surgiu a impressão em 1808 é dessa forma. Os jornais daquela época só reproduzia o que interessava a família real, só reproduzia o que atendesse aos seus interesses, o pensamento da corte era fazer um jornal que atendesse aos seus ideais. O jornalismo é criado para manter a ordem dos Aparelhos Ideológicos do Estado. A revista também não tem uma autonomia, é o modelo de assujeitamento, podemos dizer que sujeito e sentido seguem no mesmo barco porém submetidos as formações discursivas e ideológicas. Focault (2006) toma a memória como arquivo e através dela é que o jornalismo presenteia a memória social.Vamos mostrar nesse trabalho como o silêncio menciona as formações ideológicas, as posições e as identidades do sujeito coloca no dizer jornalístico para significar. Por traz de pequenos traços no discurso se esconde os sentidos da língua e os ditos são partes dos não ditos onde o silêncio é a voz que soa mais alto no discurso. As condições de produção para esse discurso envolve as manifestações do reajuste da tarifa de ônibus de R$ 3,00 para R$ 3,20. As palavras em destaque “UNIÃO SUPERA CORRUPÇÃO” no texto são um exemplo da heterogeneidade de vozes (vozes mostradas e marcadas por aspas por exemplo), e que segundo Althier Revuz são a presença de outros sujeitos no discurso. Usando a nossa memória discursiva (interdiscurso), unindo o tema com essas palavras em destaque instantâneamente percebemos que o povo unido é bem maior que que a corrupção.
Quando o leitor lê “Plebiscito é golpe, ( primeiramente vamos saber o que é plebiscito): É uma manifestação popular expressa através do voto quando há algum assunto de interesse político ou social, o sujeito aciona sua memória discursiva, aquilo que está no esquecimento:  memória que aciona determinados elementos, uma reprodução de papéis semelhantes. Os outros discursos entram em ação, por exemplo o PT (partido dos trabalhadores) Partido Político Brasileiro, o governo Alckmim, reforma política, manifestação. Conforme descrição no texto: “o povo brasileiro estão cansados de golpes baixos e promessas vãs”, é toda uma memória que vem para que pelo dito se construa o não dito para encontrar o novo. “Enfim é claro que o povo quer uma reforma política, uma reforma nos políticos principalmente, mas uma oferta dessa em plena manifestação do reajuste da condução de ônibus de 3,00 para 3,20 reais,mais parece que era para dispersar a atenção do povo. Porém de acordo com a posição do sujeito submisso aos AIE é assim que a notícia tem que veicular, e também envolve o lugar de onde se fala no caso  o lugar é a revista Veja assujeitada à língua e aos AIE (Aparelhos Ideológicos do Estado.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
A  Análise do Discurso é a porta entre o real e o irreal. Está claro que o fim da corrupção não pode depender do conhecimento das pessoas sobre as instituições políticas. Para que as pessoas aprendam a honestidade não é preciso que o povo saiba detalhes do seu funcionamento. O povo só quer um governo justo, verdadeiro que não se alie a corrupção e que invista naquilo que vale a pena e que seja do interesse comum de todos. É o tipo de discurso que nos remete a outros discursos (interdiscurso) para se fazer o novo. Segundo Pêcheux (2006) Todo dito já uma interpretação do real, e está sujeito a deslizes de sentido, pelo efeito da história na linguagem, descrição e interpretação trabalham juntas. Para Pêcheux a reflexão está nos entremeios, não aceitar o já posto. Portanto cremos que  o nosso trabalho atendeu o seu objetivo e mostrou-nos que a história é uma disciplina de intepretação. Coisas à saber que concernem o real sócio-histórico-ideológico. 


BIBLIOGRAFIA
Brandão, Helena H.Nagamine – Introdução à Análise do Discurso, Campinas – SP Ed. Unicamp, 2004
Althusser Louis, Ideologia e Aparelhos Ideológicos do Estado, Ed.Presença, 1980
Fiorim, J.L.Linguagem e Ideologia SP. Átila, 2003 (Coleção Princípios)
Orlandi, Eni P. Análise do Discurso-Princípios e procedimentos-Campinas/Pontes,3ed 2001