UNIP - UNIVERSIDADE PAULISTA
PROFª
JOANA ORMUNDO
JENNIFER
SANTOS SILVA - RA: B91ACJ-0
LUCÉLIA
DA SILVA COELHO - RA B70ICJ-6
RYO
SEGAWA – RA 609149-0
ANÁLISE DO DISCURSO
“A PORTA ENTRE O REAL E O IRREAL”
Tema: Plebiscito é golpe
APRESENTAÇÃO
Segundo
Brandão, Helena (2004), a Análise do Discurso surge nos anos 60 pelos
formalistas russos em duas vertentes: a Americana que entende a teoria
como extensão
da
linguística e a Européia, entende a teoria como o estudo lingüístico das
condições de produção de um enunciado. A perspectiva da AD é a forma como a
língua age e se constitui no mundo e não só um meio de nomear as coisas. A
linguagem não é um código que se aprende e aplica automaticamente. Não pode ser
considerada um processo sem possibilidades e sim uma prática discursiva que
deve ser estudada dentro do contexto sócio-histórico-ideológico a que está
inserida. A AD pode ser aplicada em
qualquer tipo de texto, tanto no plano de expressão, figurativo ou no plano do
conteúdo, plano abstrato (actantes), e dentro dessa perspectiva o objetivo
deste trabalho é usar os critérios teóricos e analíticos da AD para analisar o
corpus pertencente ao domínio discursivo político do tipo discurso político do gênero revista Veja Ed. 2328, ano 46 nº 27
de 03/07/2013 com o tema “Plebiscito é Golpe”.
CONTEXTUALIZAÇÃO
De
acordo com Orlandi (2007ª) as condições de produção de um discurso abranje o
sujeito e a situação dentro de um contexto sócio-histórico-ideológico e de uma
memória discursiva. Esse contexto pode ser o imediato como um contexto mais
amplo (especificamente o contexto sócio-histórico-ideológico). Segundo Bakhtin
as formações ideológicas não são um pacote pronto como ressaltam os marxistas e
sim uma instância dialética, ela constrói o conceito na concretude do
acontecimento, e são elas que mostram quem é o sujeito, de onde fala, em que
tempo ele está inserido. É no discurso emoldurado pelas formações discursivas
que se materializam as formações ideológicas e por conseguinte a identidade do
sujeito-jornalista e suas diferentes posições.
Os
discursos jornalísticos não surgem do nada e nem do que fazem, somente pelo
fato ou fenômeno social, este é um estímulo para a criação do dizer ou do
silêncio pré construído na história, na memória social e em um determinado
lugar e tempo. Ele é proferido dentro de formações sociais específicas que
perseguem, cercam o dizer explicitando as formações ideológicas do sujeito
jornalista.
Quando
o leitor abre um jornal ou revista eles buscam informações que o tornem um ser
cultural, não sabem o que tem detrás de uma palavra, de uma vírgula, não sabem
que o que lêem tem outros significados complementares. O jornalismo é uma
reinvenção das coisas do mundo, uma ressignificação ( o real representado pelo
irreal), a ideologia da classe dominante segundo Marx. Desde que surgiu a
impressão em 1808 é dessa forma. Os jornais daquela época só reproduzia o que
interessava a família real, só reproduzia o que atendesse aos seus interesses,
o pensamento da corte era fazer um jornal que atendesse aos seus ideais. O
jornalismo é criado para manter a ordem dos Aparelhos Ideológicos do Estado. A
revista também não tem uma autonomia, é o modelo de assujeitamento, podemos
dizer que sujeito e sentido seguem no mesmo barco porém submetidos as formações
discursivas e ideológicas. Focault (2006) toma a memória como arquivo e através
dela é que o jornalismo presenteia a memória social.Vamos mostrar nesse
trabalho como o silêncio menciona as formações ideológicas, as posições e as
identidades do sujeito coloca no dizer jornalístico para significar. Por traz
de pequenos traços no discurso se esconde os sentidos da língua e os ditos são
partes dos não ditos onde o silêncio é a voz que soa mais alto no discurso. As
condições de produção para esse discurso envolve as manifestações do reajuste
da tarifa de ônibus de R$ 3,00 para R$ 3,20. As palavras em destaque “UNIÃO
SUPERA CORRUPÇÃO” no texto são um exemplo da heterogeneidade de vozes (vozes
mostradas e marcadas por aspas por exemplo), e que segundo Althier Revuz são a
presença de outros sujeitos no discurso. Usando a nossa memória discursiva
(interdiscurso), unindo o tema com essas palavras em destaque instantâneamente
percebemos que o povo unido é bem maior que que a corrupção.
Quando
o leitor lê “Plebiscito é golpe, ( primeiramente vamos saber o que é plebiscito):
É uma manifestação popular expressa através do voto quando há algum assunto de
interesse político ou social, o sujeito aciona sua memória discursiva, aquilo
que está no esquecimento: memória que
aciona determinados elementos, uma reprodução de papéis semelhantes. Os outros
discursos entram em ação, por exemplo o PT (partido dos trabalhadores) Partido
Político Brasileiro, o governo Alckmim, reforma política, manifestação.
Conforme descrição no texto: “o povo brasileiro estão cansados de golpes baixos
e promessas vãs”, é toda uma memória que vem para que pelo dito se construa o
não dito para encontrar o novo. “Enfim é claro que o povo quer uma reforma
política, uma reforma nos políticos principalmente, mas uma oferta dessa em
plena manifestação do reajuste da condução de ônibus de 3,00 para 3,20
reais,mais parece que era para dispersar a atenção do povo. Porém de acordo com
a posição do sujeito submisso aos AIE é assim que a notícia tem que veicular, e
também envolve o lugar de onde se fala no caso o lugar é a revista Veja assujeitada à língua e
aos AIE (Aparelhos Ideológicos do Estado.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A
Análise do Discurso é a porta entre o
real e o irreal. Está claro que o fim da corrupção não pode depender do conhecimento
das pessoas sobre as instituições políticas. Para que as pessoas aprendam a
honestidade não é preciso que o povo saiba detalhes do seu funcionamento. O
povo só quer um governo justo, verdadeiro que não se alie a corrupção e que
invista naquilo que vale a pena e que seja do interesse comum de todos. É o
tipo de discurso que nos remete a outros discursos (interdiscurso) para se
fazer o novo. Segundo Pêcheux (2006) Todo dito já uma interpretação do real, e
está sujeito a deslizes de sentido, pelo efeito da história na linguagem,
descrição e interpretação trabalham juntas. Para Pêcheux a reflexão está nos
entremeios, não aceitar o já posto. Portanto cremos que o nosso trabalho atendeu o seu objetivo e
mostrou-nos que a história é uma disciplina de intepretação. Coisas à saber que
concernem o real sócio-histórico-ideológico.
BIBLIOGRAFIA
Brandão, Helena H.Nagamine –
Introdução à Análise do Discurso, Campinas – SP Ed. Unicamp, 2004
Althusser Louis, Ideologia e
Aparelhos Ideológicos do Estado, Ed.Presença, 1980
Fiorim, J.L.Linguagem e Ideologia
SP. Átila, 2003 (Coleção Princípios)
Orlandi, Eni P. Análise do
Discurso-Princípios e procedimentos-Campinas/Pontes,3ed 2001
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