terça-feira, 8 de abril de 2014

ANÁLISE DO DISCURSO

 UNIP - UNIVERSIDADE PAULISTA
LETRAS LICENCIATURA – PORTUGUÊS-INGLÊS - NOTURNO
PROFª JOANA ORMUNDO
                                                                                                                                      

JENNIFER SANTOS SILVA - RA: B91ACJ-0
LUCÉLIA DA SILVA COELHO - RA B70ICJ-6
RYO SEGAWA – RA 609149-0


                                           ANÁLISE DO DISCURSO
                             “A PORTA ENTRE O REAL E O IRREAL”

   
Tema: Plebiscito é golpe


APRESENTAÇÃO
Segundo Brandão, Helena (2004), a Análise do Discurso surge nos anos 60 pelos formalistas russos em duas vertentes: a Americana que entende a teoria como  extensão
da linguística e a Européia, entende a teoria como o estudo lingüístico das condições de produção de um enunciado. A perspectiva da AD é a forma como a língua age e se constitui no mundo e não só um meio de nomear as coisas. A linguagem não é um código que se aprende e aplica automaticamente. Não pode ser considerada um processo sem possibilidades e sim uma prática discursiva que deve ser estudada dentro do contexto sócio-histórico-ideológico a que está inserida.  A AD pode ser aplicada em qualquer tipo de texto, tanto no plano de expressão, figurativo ou no plano do conteúdo, plano abstrato (actantes), e dentro dessa perspectiva o objetivo deste trabalho é usar os critérios teóricos e analíticos da AD para analisar o corpus pertencente ao domínio discursivo político do tipo discurso político  do gênero revista Veja Ed. 2328, ano 46 nº 27 de 03/07/2013 com o tema “Plebiscito é Golpe”.

CONTEXTUALIZAÇÃO
De acordo com Orlandi (2007ª) as condições de produção de um discurso abranje o sujeito e a situação dentro de um contexto sócio-histórico-ideológico e de uma memória discursiva. Esse contexto pode ser o imediato como um contexto mais amplo (especificamente o contexto sócio-histórico-ideológico). Segundo Bakhtin as formações ideológicas não são um pacote pronto como ressaltam os marxistas e sim uma instância dialética, ela constrói o conceito na concretude do acontecimento, e são elas que mostram quem é o sujeito, de onde fala, em que tempo ele está inserido. É no discurso emoldurado pelas formações discursivas que se materializam as formações ideológicas e por conseguinte a identidade do sujeito-jornalista e suas diferentes posições.
Os discursos jornalísticos não surgem do nada e nem do que fazem, somente pelo fato ou fenômeno social, este é um estímulo para a criação do dizer ou do silêncio pré construído na história, na memória social e em um determinado lugar e tempo. Ele é proferido dentro de formações sociais específicas que perseguem, cercam o dizer explicitando as formações ideológicas do sujeito jornalista.
Quando o leitor abre um jornal ou revista eles buscam informações que o tornem um ser cultural, não sabem o que tem detrás de uma palavra, de uma vírgula, não sabem que o que lêem tem outros significados complementares. O jornalismo é uma reinvenção das coisas do mundo, uma ressignificação ( o real representado pelo irreal), a ideologia da classe dominante segundo Marx. Desde que surgiu a impressão em 1808 é dessa forma. Os jornais daquela época só reproduzia o que interessava a família real, só reproduzia o que atendesse aos seus interesses, o pensamento da corte era fazer um jornal que atendesse aos seus ideais. O jornalismo é criado para manter a ordem dos Aparelhos Ideológicos do Estado. A revista também não tem uma autonomia, é o modelo de assujeitamento, podemos dizer que sujeito e sentido seguem no mesmo barco porém submetidos as formações discursivas e ideológicas. Focault (2006) toma a memória como arquivo e através dela é que o jornalismo presenteia a memória social.Vamos mostrar nesse trabalho como o silêncio menciona as formações ideológicas, as posições e as identidades do sujeito coloca no dizer jornalístico para significar. Por traz de pequenos traços no discurso se esconde os sentidos da língua e os ditos são partes dos não ditos onde o silêncio é a voz que soa mais alto no discurso. As condições de produção para esse discurso envolve as manifestações do reajuste da tarifa de ônibus de R$ 3,00 para R$ 3,20. As palavras em destaque “UNIÃO SUPERA CORRUPÇÃO” no texto são um exemplo da heterogeneidade de vozes (vozes mostradas e marcadas por aspas por exemplo), e que segundo Althier Revuz são a presença de outros sujeitos no discurso. Usando a nossa memória discursiva (interdiscurso), unindo o tema com essas palavras em destaque instantâneamente percebemos que o povo unido é bem maior que que a corrupção.
Quando o leitor lê “Plebiscito é golpe, ( primeiramente vamos saber o que é plebiscito): É uma manifestação popular expressa através do voto quando há algum assunto de interesse político ou social, o sujeito aciona sua memória discursiva, aquilo que está no esquecimento:  memória que aciona determinados elementos, uma reprodução de papéis semelhantes. Os outros discursos entram em ação, por exemplo o PT (partido dos trabalhadores) Partido Político Brasileiro, o governo Alckmim, reforma política, manifestação. Conforme descrição no texto: “o povo brasileiro estão cansados de golpes baixos e promessas vãs”, é toda uma memória que vem para que pelo dito se construa o não dito para encontrar o novo. “Enfim é claro que o povo quer uma reforma política, uma reforma nos políticos principalmente, mas uma oferta dessa em plena manifestação do reajuste da condução de ônibus de 3,00 para 3,20 reais,mais parece que era para dispersar a atenção do povo. Porém de acordo com a posição do sujeito submisso aos AIE é assim que a notícia tem que veicular, e também envolve o lugar de onde se fala no caso  o lugar é a revista Veja assujeitada à língua e aos AIE (Aparelhos Ideológicos do Estado.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
A  Análise do Discurso é a porta entre o real e o irreal. Está claro que o fim da corrupção não pode depender do conhecimento das pessoas sobre as instituições políticas. Para que as pessoas aprendam a honestidade não é preciso que o povo saiba detalhes do seu funcionamento. O povo só quer um governo justo, verdadeiro que não se alie a corrupção e que invista naquilo que vale a pena e que seja do interesse comum de todos. É o tipo de discurso que nos remete a outros discursos (interdiscurso) para se fazer o novo. Segundo Pêcheux (2006) Todo dito já uma interpretação do real, e está sujeito a deslizes de sentido, pelo efeito da história na linguagem, descrição e interpretação trabalham juntas. Para Pêcheux a reflexão está nos entremeios, não aceitar o já posto. Portanto cremos que  o nosso trabalho atendeu o seu objetivo e mostrou-nos que a história é uma disciplina de intepretação. Coisas à saber que concernem o real sócio-histórico-ideológico. 


BIBLIOGRAFIA
Brandão, Helena H.Nagamine – Introdução à Análise do Discurso, Campinas – SP Ed. Unicamp, 2004
Althusser Louis, Ideologia e Aparelhos Ideológicos do Estado, Ed.Presença, 1980
Fiorim, J.L.Linguagem e Ideologia SP. Átila, 2003 (Coleção Princípios)
Orlandi, Eni P. Análise do Discurso-Princípios e procedimentos-Campinas/Pontes,3ed 2001


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