quarta-feira, 20 de maio de 2015

SEMIÓTICA VISUAL

                                          



TRABALHO DA DISCIPLINA ANÁLISE DO DISCURSO CRÍTICA  MINISTRADA PELA PROFESSORA JOANA ORMUNDO COM O OBJETIVO DE ANALISAR A CAPA DA REVISTA VEJA EDIÇÃO 2423 BASEADO NAS CATEGORIAS ANALÍTICAS DA GRAMÁTICA VISUAL, PARA OBTENÇÃO DA NOTA DO 5º SEMESTE


Categorias analíticas para gramática do design visual

Sobre o caráter multimodal dos textos, Chouliaraki e Fariclough (1999, p. 16) estabelecem que “até mesmo os textos ‘escritos’ são crescentemente multissemióticos”. Os autores colocam em questão se o termo texto continua adequado frente à sua propriedade multimodal e concluem que seguem usando-o por não terem alternativa melhor. Essa abordagem amplia a noção de texto por considerar outros sistemas semióticos na constituição de sentido que vai além da escrita. Fairclough(2006), ao tratar dos três níveis de abstração para a análise social, inseriu o momento semiótico tanto na análise social como na análise textual. Acrescenta ainda que as escolhas entre os diversos modos semióticos que participam da configuração textual não são arbitrárias, mas são constituídas pelos diversos contextos sociais em que se inserem.

     As categorias analíticas para investigar o elemento semiótico na análise social, segundo os estudos de Kress e van Leeuwen (1996) sobre a gramática do design visual, ou seja, a sintaxe visual. Para os autores, a forma de apresentação das imagens nos textos está diretamente vinculada aos significados representacionais e interativos, podendo produzir determinados sentidos. Para a compreensão desses sentidos, os autores elaboraram três sistemas que orientam o processo de leitura das imagens, que são elencados a seguir.

 Valor da informação

Refere-se à localização dos elementos participantes (direita/esquerda, alto/baixo, centro/margem) baseada nos elementos dado/novo a serem analisados no eixo horizontal. Em relação ao elemento à direita temos o novo, ou seja, aquilo que é acrescido, e em relação ao elemento colocado à esquerda, temos o dado, que é aquilo que já é conhecido. Os elementos ideal/real são analisados no eixo vertical em relação à posição do elemento no texto, no sentido de que, se estiver no alto, representa o ideal e, se estiver mais abaixo, representa o real. Além de representar a relação ideal/real, o eixo da verticalidade pode expressar as relações de poder, estando o elemento representativo dessas relações localizado mais ao alto e o menos representativo mais abaixo.
 Saliência

Diz respeito a como os elementos participantes são produzidos para atrair a atenção dos outros em diferentes graus (lugar que ocupa, tamanho relativo, contrastes em valor tonalidade da (cor), diferenças de formas, entre outros fatores. Quanto aos elementos composicionais, por exemplo, temos o tamanho e a localização reservados para uma foto no espaço de um determinado texto.

Framing (enquadramento)

Refere-se à presença ou à ausência de divisão de molduras, e evidencia-se por elementos que criam linhas divisórias, desconectam ou conectam elementos da imagem, baseado na maneira como os elementos são conectados nas imagens.

Quanto à modalidade visual

A modalidade visual está relacionada à forma como os elementos do texto são distribuídos na prática social. Se o elemento textual aparece na parte de cima, mostra o que poderá ser alcançado – o ideal –, logo tem-se modalidade baixa. Por outro lado, se  colocado na parte de baixo, mostra o que é ou está ao seu alcance – o real – (logo apresenta alta modalidade). Isso é expresso por diferenças sutis no modo em que certos significados da expressão visual são usados. No texto, a distância e a proximidade é uma categoria de modalidade visual, também ocorre no grau em que certos significados da expressão visual são usados no texto, tais como a cor e acuidade. Quando há uma imagem que não é real, ela é mostrada de uma distância mais longe, e, quando é real, é mostrada mais perto.
De acordo com Kress e van Leeuwenn (1996), os seguintes significados da expressão visual estão envolvidos no julgamento da modalidade visual:
·      Graus de articulação do detalhe: formam uma escala que parte da mais simples linha de desenho e chega à mais acurada e nítida fotografia;
·      Graus de articulação do pano de fundo: escala de zero articulação, quando alguma coisa é mostrada contra um pano de fundo branco ou preto, ou levemente esboçado ou fora de foco para um máximo de nitidez e detalhamento do pano de fundo;
·      Graus de saturação de cor: escala da ausência de saturação – preto e branco – ao uso da saturação máxima de cores, entre cores que são misturadas com cinza de várias gradações;
·      Graus de modulação de cor: parte do uso da cor sem modulações, em um mesmo plano, até a representação de finas nuances da modulação de uma cor dada. Por exemplo, a cor da pele ou a cor da grama;
·      Graus de diferenciação de cor: escala que parte do monocromático até o uso de uma paleta para misturar cores;
·      Graus de articulação da profundidade: escala da ausência de qualquer representação de profundidade à máxima perspectiva de profundidade;
·      Graus de articulação de luz e sombra: escala de zero até a articulação do número máximo de graus de profundidade de sombras; e
·      Graus de articulação de tom: escala que vai desde apenas dois tons da gradação de cor (preto e branco), ou a versão clara e escura de outra cor, até a máxima gradação tonal.
  
Aplicando as categorias analíticas analisaremos agora a capa da revista Veja.
As capas da Revista Veja são compostas  por signos verbais e não verbais com o propósito de  transmitir uma mensagem, desta forma eles se completam e se unem para dar significado, esta unidade da linguagem verbal e não verbal  atrai o leitor e o estimula a examinar o conteúdo. Mas o interessante é que todos esses enigmas citados anteriormente podem ser decifrados por causa dos estudos intersemióticos, pelo fato desses analisarem a linguagem de forma completa, levando em consideração tanto a linguagem visual quanto a linguagem  escrita.
 
Câmera de enquadramento close up, imagem centralizada como imagem e foco. A imagem dá a idéia do Lula em um buraco, se afundando, na categoria da saliência: ele aparece pequenininho em relação ao tamanho da capa, bem no centro, como o alvo do (tiro ao alvo), é a peça central de todo o problema,  O Circulo vermelho (aspiral) nos remete a um ciclone que arrasta tudo, e no caso o ciclone  é o empreiteiro Léo Pinheiro da OAS que arrasta o Lula pro fundo, a cor vermelha além de representar a cor do partido pode representar também um inferno, o inferno que está o Léo Pinheiro na prisão, também nos remete ao comunismo, também cria um mal estar, angústia.  Nenhum dos personagens se comunica com o leitor, os personagens olha cada um para um lado, como se disfarçassem, o veículo que leva a interação, a notícia, é a revista Veja. A informação dada é a operação lava jato, o empreiteiro quando prestou um favor para Lula reformando seu sítio em Atibaia e o Rema, o fato novo é que pela delação premiada ele arrasta Lula para o centro do escândalo.
A distância social é o enquadramento da imagem no caso mostra a cabeça e os ombros do participante (Lula)  está em plano baixo. As letras garrafais em branco se destacam por ser "a chamada" e as demais um branco mais claro são os detalhes da reportagem.

Considerações finais
Este trabalho mostrou que para uma análise de imagem tem toda uma configuração, que existe uma gramática visual assim como as gramáticas de outras disciplinas, que para uma produção de imagem é preciso pesquisar antes a demanda do mercado e produzi-la de acordo com as necessidades.

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